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- Nota Histórica









Este local de afloramento de águas sulfurosas é conhecido e explorado, ainda que de uma forma muito tosca, desde 1779, quando o boticário carmelita Frei Cristovão dos Reis publicou a sua obra Reflexões experimentaes methodico botânicas, muito úteis, e necessárias para os professores de medicina, e enfermos, onde diz que “[…] na distancia de légua e meia, com pouca differença, da cidade de Braga, Junto ao Rio-Ave, ao lado esquerdo da estrada, que vai para Guimarães, perto de um pequeno ribeiro do Lugar do Couto. Freguesia de Caldellas, estão cinco mananciais de agua quente branda, bastante sulfúrea, que pode remediar a muitos enfermos, se houver curiosidade de fazer tanques cubertos, que em todas as estações do tempo se podem nellas tomar banhos; por estarem em sítio aprazível, e entre as duas famosas Povoações de Braga e Guimarães. […]
No inicio escavavam-se poços na terra até aflorar á agua sendo cobertos com coberturas vegetais, substituídas nos primeiros anos do século XIX por barracas de madeira.
A crescente afluência de utentes obrigou a Câmara Municipal de Guimarães a nomear a 23 de Junho de 1810 a Custodio José da Silva para Banheiro, trabalho que já exercia gratuitamente por petição da edilidade vimaranense e a acometer em 1818 trabalhos de embelezamento do terreiro, construção de uma fonte pública e encanamento das águas termais.
No entanto era de conhecimento público que no conhecido como Campo do Tapadinho, propriedade de Manuel Rodrigues, sito a poucos metros do terreiro, se davam as melhores condições para o afloramento das águas termais pelo que, em 1843, optou-se pela construção neste ponto do primeiro dos três corpos edificados dos banhos, sendo tomada a posse judicial do terreno pela Câmara Municipal de Guimarães a 25 de Abril de 1844 e comprado posteriormente pela quantia de 220$000 reis.
Os trabalhos de desaterro para a localização das nascentes e construção do edifício com três banhos em substituição dos de madeira, iniciaram-se no ano anterior sendo descobertos nessa altura vestígios das antigas termas romanas, estando a câmara interessada
na sua preservação e encomendando o levantamento desenhado das mesmas a Pereira Caldas.
Há referências a obras de carpintaria e outros melhoramentos no ano de 1863. Em 1867, procedeu-se a uma nova captação de água, tendo-se construído cinco chaminés de chumbo para alimentar as banheiras, das quais brotavam directamente duas nascentes.
Segundo descrição do delegado de Saúde de Braga, Dr. António Maria Pinheiro, no ano de 1867 o complexo termal tinha a seguinte constituição:
“[…] uma simples construção de quatro paredes, formando um paralelogramo que se estende na direcção N.S., com oito banhos de pedra e as respectivas câmaras de abafo; há
mais um banho novo, construído a pequena distância do edifício principal, do lado nascente: as águas vêm encanadas desde a nascente até ao fundo dos baixos, onde repuxam
muito resguardadas e livres das injúrias do tempo. […]”
Em 1875 foi inaugurado um novo edifício no balneário, um pavilhão de forma dodecagonal com dez banheiras de azulejo e quartos de vestir, passando as termas a ter dois corpos distintos. O novo edifício foi construído sobre parte das ruínas do poço circular romano, tendo-se nesta altura aterrado todos os vestígios romanos ainda a descoberto.
No final da primeira década do século XX foi construída a Estância Termal das Caldas das Taipas, a cerca de 100m do balneário do século XIX, onde também foram detectadas estruturas romanas.
O edifício funcionava para os banhos ditos de 1ª classe, enquanto que o antigo complexo proporcionava banhos de 2ª e 3ª classe.
Em 1939 deu-se uma remodelação do edifício com a comparticipação do Estado, mantendo-se toda a estrutura anterior.
Em 1977 os Banhos Velhos foram encerrados por decisão da Direcção Geral de Saúde, uma vez que as águas se encontravam inquinadas. As razões apontadas foram o desenvolvimento industrial, a agro-pecuária que se pratica nas proximidades e a matéria orgânica que se infiltra com as águas superficiais contaminando as nascentes.