No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher, oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975. Esta data celebra as conquistas das mulheres na sociedade, mas vem também relembrar a desigualdade de género, discriminação e preconceito que permanecem na sociedade em que vivemos.
Por este este motivo, devemos refletir se este é um dia para felicitar as mulheres e oferecer flores (por exemplo), ou um dia de ponderação sobre as desigualdades ainda existentes e o que podemos fazer para contribuir para essa mudança. As mudanças devem começar nas nossas casas, nas escolas, nas empresas, … já para não falar de casos mais extremos, uma vez que, em determinados países, as mulheres continuam sem acesso a direitos básicos, como ao voto, igualdade salarial, maior representatividade na sociedade, proteção em casos de violência, acesso à educação, ou mesmo liberdade de escolha relativamente ao que vestir ou fazer, inclusive sobre o próprio corpo.
Todos estes fatores, desde as desigualdades existentes, a discriminação vivida pelo género feminino, os preconceitos, a violência - muitas vezes camuflada -, as expetativas, assim como um maior número de responsabilidades associadas às mesmas (por exemplo, sobrecarga doméstica), entre outros, influenciam a sua saúde mental - além dos fatores biológicos que também tornam as mulheres mais predispostas a problemas neste âmbito.
Sabe-se que: uma em cada cinco mulheres desenvolverá alguma perturbação mental durante a vida; a depressão é o problema mais comum, sendo que a taxa de incidência nas mulheres é bastante superior e persistente relativamente ao género masculino. Alguns estudos indicam ainda, que a principal causa de morte em mulheres com idade inferior a 60 é o suicídio.
Assim, esta data, deve ser mais um motivo para falarmos e valorizarmos a saúde mental, não só das mulheres, mas no geral. A avaliação deve ser feita por especialistas da área – como psicólogos/as e psiquiatras -, que por meio da observação e uso de instrumentos, poderá indicar a melhor intervenção para cada caso, podendo este ser acompanhamento psicológico, necessidade de medicação, ou ambos.
Drª. Telma Gomes
Unidade de Saúde e Terapia Mental Taipas Termal