O dia 18 de Junho, sinalizado como o dia internacional do pânico, tem como objetivo consciencializar e educar sobre os ataques de pânico.
O que é, então, um ataque de pânico?
Corresponde a um episódio súbito e intenso de medo e ansiedade, gerando sintomas físicos que nos podem levar a imaginar os piores cenários, como enfartes, AVC’s ou temer mesmo a morte. Podem ocorrer devido a uma causa específica, ou durante uma fase de maior stress e ansiedade, como sem qualquer motivo aparente e de forma inesperada, prolongando-se, na maioria dos casos, apenas por uns minutos, contudo, pode chegar a durar horas.
Estes ataques são mais comuns do que imaginamos, afetando pelo menos 11% dos adultos anualmente. Contudo, não é um problema exclusivo da idade adulta, podendo afetar crianças e adolescentes.
Indicamos assim, de seguida, alguns dos sintomas que podem ajudar a identificar um ataque de pânico:
• Sintomas físicos: sensação de sufoco; aperto/dor no peito; suores; tremores; tonturas; calafrios ou calor extremo; palpitações ou frequência cardíaca acelerada; formigueiros; náuseas; dores gástricas ou diarreia; dificuldade em respirar;
• Sintomas psicológicos: pensamentos assustadores (ex.: “vou morrer”, “vou sufocar”, “estou a ter um enfarte”; desrealização – sentir-se desconectado da realidade; despersonalização – sentir-se como um espetador de si próprio, como se estivesse a “observar-se de fora” a vivenciar aquele momento.
Após a ocorrência de um ataque de pânico é ainda normal a pessoa sentir exaustão física e mental, pois o corpo gasta muito energia a combater os sintomas e a tentar acalmar-se. Além disso, pode ainda acontecer de no dia seguinte a pessoa sentir-se dorida, devido à tensão acumulada no momento do ataque.
É ainda importante referir que vivenciar um ataque de pânico único, não é alarmante nem é um “problema”. A situação torna-se, sim, preocupante, quando tende a repetir-se com frequência, ou quando surge a preocupação excessiva de que poderá voltar a acontecer, tendo como consequência o condicionamento do dia-a-dia.
Nestes casos, é importante recorrer a ajuda de profissionais capacitados para nos ajudar a lidar e ultrapassar esta condição, com um(a) psicólogo(a) e, por vezes, pode ser ainda necessária medicação. Porém, o diagnóstico nunca deve negligenciar uma avaliação médica, de forma a excluir outras doenças que possam estar na causa dos ataques ou provocar sintomas semelhantes.
Dra. Telma Gomes - Unidade de Saúde e Terapia Mental Taipas Termal