Suicídio… aquela palavra que não ficamos indiferentes…
Este fenómeno consiste num comportamento com múltiplos determinantes, sendo resultado de uma interação de fatores psicológicos, biológicos, genéticos, culturais e socioambientais.
Tanto o suicídio como as tentativas de suicídio são fonte de um grande sofrimento emocional para a pessoa, representando um desafio de saúde pública em todo o mundo e acarreta consequências negativas tanto para as famílias das vítimas como também para a comunidade e sociedade.
É de extrema importância salientar que, de acordo com as estatísticas, quase 800.000 pessoas morrem por suicídio no mundo todos os anos; o suicídio é a segunda causa de morte entre os jovens (15-34 anos) em todo o mundo; a maior parte das pessoas que morreu por suicídio apresentava problemas de saúde psicológica (depressão, consumo problemático de álcool, etc).
Vários são os fatores que contribuem para o risco de suicídio, no entanto, não causam nem preveem um suicídio. Todavia, aumentam a probabilidade de alguém morrer por suicídio. Falamos por exemplo:
- Tentativa de suicídio prévia ou de um plano de suicídio no momento presente;
- História de problemas de saúde psicológica (depressão, consumo problemático de álcool, etc);
- História de abuso físico/sexual;
- História familiar de problemas de saúde psicológica/suicídio;
- Acontecimentos traumáticos (ex: morte de alguém próximo, perda do emprego, acidente, divórcio, etc).
- Situações de vulnerabilidade (pobreza, desemprego, guerra, discriminação e exclusão social, bullying, etc);
- Falta de apoio social/ sentimentos de solidão.
Apesar dos fatores de risco, existe uma série de fatores que podem ajudar a diminuir a probabilidade de alguém considerar tirar a sua própria vida, promovendo a resiliência durante situações de vulnerabilidade. Alguns exemplos dizem respeito a:
- Acesso a cuidados de saúde psicológica;
- Rede de apoio social e conexões fortes com familiares, amigos e restante comunidade;
- Competências socioemocionais (resolução de problemas, resolução de conflitos e de gestão de dificuldades de forma adaptativa).
Não é novidade que o suicídio não é visto como um problema de saúde pública, mas sim como um sinal de fraqueza e encarado de uma forma preconceituosa, surgindo mitos como: “pessoas bem-sucedidas não têm razões para se suicidar” ou “suicidam-se ou tentam suicidar-se para chamar à atenção”.
A verdade é que este fenómeno, tão complexo e multifatorial, afeta indivíduos de diferentes origens, faixas etárias, condições socioeconómicas e orientações sexuais. Uma tentativa de suicídio ou um suicídio não têm o objetivo de chamar a atenção, mas sim são sinais de alerta de que as pessoas se encontram num grande sofrimento, sendo que estes devem ser levados a sério e nunca ignorados.
Mediante tudo o que vimos até agora, torna-se crucial estarmos atentos a todos os sinais de alerta que as pessoas com pensamentos ou intenções suicidas nos vão dando, encorajando-as a procurar apoio, escutar as suas ideias e sobretudo validar a sua dor e sofrimento para que se sintam compreendidas. Com isto é possível uma maior prevenção do suicídio assim como uma melhoria da saúde das pessoas.
Linhas de apoio e prevenção do suicídio:
- SOS voz amiga: 213 544 545 | 912 802 669 | 963 524 660
- Linha Verde Gratuita 800 209 899
- Conversa Amiga 808 237 327 | 210 027 159
- Vozes Amigas de Esperança de Portugal: 222 030 707
- Telefone da Amizade: 228 323 535
- Voz de Apoio: 225 506 07
- Serviço de Aconselhamento Psicológico da Linha SNS24: 808 24 24 24
- INEM: 112 (em caso de emergência)
Para além destes contactos, caso necessite de ajuda, a Taipas Termal também disponibiliza de uma Unidade de Saúde e Terapia mental caso esteja a passar por uma fase menos boa na sua vida. Agende uma consulta com a nossa equipa e lembre-se que não está sozinha/o e que a sua vida importa (e muito).
Dr.ª Mariana Silva – Unidade de Saúde e Terapia Mental Taipas Termal