Em Portugal, assim como em vários outros países lusófonos, celebra-se o dia 1 de Junho como o Dia da Criança. Esta data, assinalada, pela primeira vez, no final da década de 1950, tem o objetivo de sensibilizar e alertar para os problemas vividos por crianças por todo o mundo.
É importante lembrar que, diariamente, são negados os direitos básicos a crianças por todo o mundo, como o amor, saúde e segurança.
A UNICEF – principal agência humanitária que luta pela promoção e defesa dos direitos das crianças, proclamados pela Organização das Nações Unidas (ONU) – revelou que há 30 milhões de crianças que vivem em dificuldades e com os seus direitos negligenciados. Esta agência humanitária luta para que todas as crianças, independentemente da raça, cor, religião, origem social e país de origem, tenham oportunidades justas e igualitárias de desenvolver e concretizar todo o seu potencial.
Em 1989, a ONU aprovou então a referida Declaração Universal dos Direitos da Criança, muitos dos quais em pleno século XXI, infelizmente, ainda não são assegurados. São estes, de uma forma resumida:
- Todas as crianças são iguais e têm os mesmos direitos, não importa a sua cor, sexo, religião, origem social ou nacionalidade;
- Todas as crianças têm o direito à vida e à liberdade;
- Todas as crianças têm direito a um nome e nacionalidade;
- Todas as crianças têm direito a alimentação e ao atendimento médico;
- As crianças portadoras de dificuldades especiais, físicas ou mentais, têm o direito a educação e cuidados especiais;
- Todas as crianças têm direito ao amor e à compreensão dos pais e da sociedade;
- Todas as crianças têm direito à educação;
- Todas as crianças devem ser protegidas da violência doméstica;
- Todas as crianças devem ser protegidas pela família e pela sociedade, nãos sendo admitido o emprego antes de uma idade mínima adequada;
- Todas as crianças têm direito de não serem violentadas verbalmente ou serem agredidas pela sociedade.
Estes direitos devem ser ensinados, assim como as diferentes realidades vivenciadas nos diversos países, de forma consciencializar não só as crianças, mas toda a sociedade, na tentativa de assegurar o futuro das mesmas. Porém, para que esta consciencialização seja bem-sucedida, é necessário que as crianças sejam capazes de respeitar e compreender não só os princípios básicos, como os sentimentos dos outros, sendo capazes de se colocar na perspetiva de quem não tem acesso às mesmas oportunidades - capacidades estas como o respeito, empatia e compreensão, fundamentais para o seu desenvolvimento e posterior papel na vida adulta. Crianças capazes de agir de acordo com estes termos, contribuirão certamente para um mundo melhor.
Por fim, é importante ainda lembrar que crianças são isso mesmo, crianças e, por vezes, é-lhes colocada demasiada pressão e responsabilidade em cima de ombros tão pequenos… crianças devem ter também o direito de ter uma vida levem, onde possam brincar… brincar muito! Pois é no “brincar” que aprendem a ser, é nesse tempo que desenvolvem grande partes das suas capacidades cognitivas, motoras, e sociais e emocionais. Além disso, tal comos adultos, as crianças têm sentimentos, frustrações, medos, expetativas, ambições, etc., com a diferença que ainda estão a aprender a expressar-se… e sejamos sinceros, muitos adultos ainda têm essa mesma dificuldade, muito provavelmente, porque não lhes foi dado esse mesmo espaço, tempo e suporte/compreensão, para adquirirem essas capacidades.
As crianças, para serem felizes, precisam ser ouvidas, compreendidas, valorizadas, amadas, abraçadas, e ter liberdade de expressar as suas emoções. Vamos deixar as crianças serem crianças!