Estamos a dias de uma das maiores festas do ano, o Natal, marcado pelas comemorações, luzes, decorações, mercados de Natal, animações de rua, presentes, doces, entre outros… todos estes que celebram a magia desta época, associada à família, e onde esbanja a alegria. Contudo, não o é assim para todos.
Para muitas pessoas, é uma das festas preferidas do ano, sentem-se felizes e entusiasmadas, porém, para outras, pode ser dos dias mais difíceis do ano, trazendo consigo sentimentos de tristeza, angústia, nostalgia, saudade, solidão e/ou até mesmo culpa… Culpa por verem todos à sua volta felizes e a festejar, e não conseguirem partilhar do mesmo sentimento, mas infelizmente, não conseguimos controlar as nossas emoções.
Há quem chame a este fenómeno de “depressão de Natal” e pode surgir por vários motivos, diferenciando-se de pessoa para pessoa.
Estes motivos podem dever-se ao facto de: ser uma altura de retrospetiva do que fizemos durante o ano, uma vez que também se segue a Passagem de Ano e é quando, por vezes, nos apercebemos que este ano não correspondeu às nossas expetativas ou àquilo que nos propusemos; ser uma época associada à família, podendo trazer ao de cima traumas familiares e/ou lembranças tristes, podem existir dificuldades na convivência com a mesma, pode surgir também a saudade de entes queridos; as dificuldades económicas nem sempre permitirem presentear quem mais querem, colocando pressão sobre os mesmos e, uma vez mais, o sentimento de culpa e frustração; a pessoa pode estar a passar por um momento menos bom na sua vida e sente a pressão da sociedade de estar feliz nesta altura, não partilhando o que verdadeiramente sente, podendo gerar ainda mais tristeza e ansiedade.
Contudo, é importante lembrar que o 25 e 31 (e os que os antecedem) de dezembro vão sempre existir e, para que estes sentimentos não se perpetuem de ano para ano e possam até piorar, é importante compreender a sua origem, de forma a ser possível trabalhar nos mesmos, podendo ser necessário a procura de ajuda especializada, como a de um(a) Psicólogo(a).
Deixamos ainda, algumas sugestões de estratégias que podem ser adotadas aquando do surgimento destes sentimentos, nos dias que advêm:
- Partilhe o que sente, fale dos seus sentimentos e problemas;
- Não se isole;
- Não se sinta pressionado a passar estes dias com a família… esteja com quem lhe faz bem e onde sente paz;
- Lembre-se que o melhor presente que pode oferecer é o tempo e aproveite para criar memórias com quem mais ama;
- Se sentir o ambiente pesado (ex.: entre os familiares na ceia de Natal), tente mudar de assunto ou ausentar-se por uns minutos da divisão até se acalmar, evitando discussões por impulso;
- Procure ouvir e compreender o outro;
- Não se sinta obrigado a festejar o Natal – priorize a sua saúde mental e pratique o que lhe faz bem;
- Reserve um momento do dia para fazer algo por si (ex.: exercícios de relaxamento; exercício físico; um hobbie que goste; um banho relaxante; ler um livro);
- Evite os excessos (ex.: álcool);
- Procure dormir o suficiente para recarregar energias.
A sua Saúde Mental é mais importante que qualquer data ou festividade do ano. Cuide de si e procure os nossos serviços de Psicologia, se sentir necessidade.
Drª. Telma Gomes – Unidade de Saúde e Terapia Mental Taipas Termal